Página:A Brazileira de Prazins (1882).pdf/323

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a fim de dizer a missa de madrugada, e deixara a irmã a pedido de Marta; o barão do Rabaçal escancarava a boca nuns bocejos ruidosos e levantava uma perna espreguiçando-se; o noivo olhava para o mostrador do relógio colado aos olhos; e Marta, muito aconchegada de D. Teresa, queixava-se de cãibras; que lhe zuniam coisas nos ouvidos, que via faíscas no ar, e tinha muito calor na cabeça. D. Teresa dizia-lhe que se fosse deitar, que precisava de recolher-se. Marta pedia-lhe que a deixasse ir dormir ao pé dela, pedia-lho pela alma de sua mãe, pela vida de seu irmão.

A hóspeda compreendia, compadecia-se, receava o ataque epiléptico, precedido sempre das faíscas e cãibras de que se queixava a noiva; mas não sabia como dirigir-se ao marido de Marta a pedir-lhe que se fosse deitar sozinho. Nos seus numerosos romances não achara um episódio desta espécie. Interveio na crítica conjuntura o Simeão, dizendo à filha:

— São horas de ir à deita. O teu marido está a cair com sono.