Página:A Brazileira de Prazins (1882).pdf/352

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sobre miudezas de alcova. O marido contava singelamente que sua mulher passava a maior parte do dia a rezar pelo livro no oratório; que tinha dias de comer bem e outros dias de não comer nada; que não dava palavra às criadas, nem se metia no governo da casa; que com ele também falava pouco, e não desatremava. Que dormia bem e sempre na mesma cama com ele. Verdade era que às vezes ele acordava e a via sentada com os olhos postos no tecto.

— Pois é isso... — atalhava o varatojano.

— É isso quê, Sr. Frei João? — perguntava o marido.

O confessor não podia explicar-se. O seu praxista Brognolo, ampliado pelo padremestre arrábido Frei José de Jesus Maria, admoestava-o a ocultar de terceiras pessoas os sinais evidentes da obsessão de uma alma, sem estar devidamente aparelhado para o combate e na presença do inimigo. O aparelho, neste caso, era a estola, a agua benta, o latim — uma língua familiar ao Diabo. Além dos preceitos da arte, havia a inviolabilidade do segredo da confissão; e uma caridade