Página:A Brazileira de Prazins (1882).pdf/36

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perguntou com sobrançaria impertinente, dando saliva aos dedos para a desdobrar. — Não se fala noutra coisa. Toda a gente sabe que vem aí do Brasil o meu Feliciano para comprar quintas.

— Já me constou — disse o pedreiro —, mas você rói a corda à conta disso, acho eu. — E como o lavrador hesitasse: — O negócio da rapariga está feito ou não está feito? Os homens conhecem-se pela palavra e os bois pelos cornos. Ponha para aí o que tem no interior.

O Simeão mascava, torcia-se, metia com dois dedos a carta estafada na carteira e resmungava:

— Você, enfim, isto é um modo de falar, como o outro que diz; você bem entende que... sim...

— O que eu entendo fisicamente falando é que você não me dá a rapariga.

— Deixe ver, deixe ver o que diz o meu irmão — tartamudeava.

— Sabe você que mais? — volveu iracundo o arquitecto, dando com o olho do machado num canhoto. — Você é de má casta. Não tem palavra nem vergonha nessa cara estanhada. Você é