Página:A Brazileira de Prazins (1882).pdf/373

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por modo algum? Marta rejeitou o livro, e disse que não podia ler nem estar de joelhos; que tinha vágados e que se queria ir deitar. Mas o exorcista, severo e formidável no seu ministério — que não, que não se ia deitar, que não lhe fugia, que se pusesse de joelhos a seus pés! Ele então, segundo a rubrica do livro director, sentou-se, cobriu-se, voz grave e horrível, virado contra o Demónio, como juiz para tal réu já convencido, aspergiu a possessa de água benta, ululando: Asperge me, Domine... e recomendou aos circunstantes que apagassem duas velas, e não dessem palavra. Profundo silêncio. Ouvia-se apenas o zumbido das moscas que se esvoaçavam do tecto atraídas pelo calor da luz única, e pousavam na fronte chagada do Cristo. O recinto era espaçoso e quase em trevas. A vela, encoberta pelas curvas laterais do oratório, não alumiava senão o curto espaço da projecção em que Marta, retraída num terror, tinha os dedos das mãos postas, chegadas aos lábios, como se quisesse abafar os suspiros.

Passados minutos, o exorcista começou a conjurar