Página:A Brazileira de Prazins (1882).pdf/38

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de boa espiga. De você não pode sair coisa boa; e mais da mãe que ela teve, que já lá está a dar contas...

E o lavrador com extremada prudência e na pacatez de um grande espírito de ordem e paz:

— Você não tem que desfazer na minha filha, ouviu?

— Ouvi, que não sou mouco. Ainda ontem a topei na bouça do Reguengo de palestra com o estudante de Vilalva. Espere-lhe a volta. A songuinha, que não olha direito p’ra um home, que anda ali esmadrigada de cabeça ao lado, lá estava de mão na ilharga a dar treta ao estudante, aquele pau de encher tripas, que há-de ser mesmo um padre daquela casta! Olhe se ele lha quer para casar... Pois não quiseste? — e arregaçava a pálpebra do olho esquerdo, mostrando o interior inflamado com uns pontos amarelos, purulentos, indicativos de insuficiente lavagem, um trejeito de garotice. E continuava: — Quem lhe dera dois pontapés, nele e mais nela! — e muito rubro de cólera dava pancadaria nas pedras, nas raízes nodosas dos castanheiros, e metia grande