Página:A Brazileira de Prazins (1882).pdf/61

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trivial não aterrava o soldado de Ponte Ferreira, das Antas e da Asseiceira; mas dava-lhe as antigas pernas que o serviram nessas gloriosas batalhas. Tinha cinquenta anos, e fugia ganhando a dianteira aos garotos do seu bando destroçado. Porém, quando ele escalava a ladeira barrenta que se precipita ao sopé do monte, desciam em saltos de bezerros mordidos por vespereiros os seus homens, num turbilhão, acossados pelo tiroteio da companhia do ex-sargento Lopes — uns barbaçudos que pareciam gigantes no topo da colina, e davam uns berros clangorosos imitantes a mugidos de bois. O dia de juízo!

O Gaspar arrepiou carreira e desfilou por uma várzea alagada que ia esbeiçar com o rio. Como a banda do alferes vermelhava ao longe, e a espada a prumo no punho lhe dava uma caracterização jeitosa e provocante para alvejar as espingardas, as balas sibilavam-lhe por perto, chofrando nos pântanos. Alguns homens perseguiam-no chapinando no lameiral, porque o chefe dos tabacos, o Lopes, dizia-lhes: