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— Deixa-te de asneiras, Zeferino — dizia o fidalgo ao afilhado com as cartas na mão —, el-rei há-de vir; mas não veio. Meu primo foi codilhado pelo abade de Calvos, e eu vou-lhe escrever que não seja palerma, nem caia com uma de X para o levantamento que é uma comedela.

O pedreiro, não obstante, apostava dobrado contra singelo que D. Miguel estava em Calvos, e puxava pela saquita de missanga com gestos de troquilha de burros em feira:

— Aposto! Aqui está dinheiro! O fidalgo de Quadros, o Sr. Tenente-Coronel Cerveira Lobo também diz que el-rei já por cá anda.

— O Cerveira Lobo! olha que borrachão! — disse o frade.

— Quem cá está é o rei dos bêbedos no corpo dele — acrescentou o morgado.

— Mas diz que o Sr. D. Miguel I gostava muito dele — objectou o pedreiro. — Ouvilho eu.

— Não duvido... — explicou o frade — que o Sr. D. Miguel gostava de grandes patifes...