Página:A Brazileira de Prazins (1882).pdf/79

Wikisource, a biblioteca livre

vós que desgraça, ó moças! Um menino tão rico e tão fidalgo, vi-o aqui há tempos na taverna de Vilaverde que se não lambia, a pagar vinho ao Alho e mais à cróia da filha, e a comerem todos iscas de bacalhau com as mãos! Ao que eu vi chegar um senhor dos fidalgos de Quadros! Quando eu era rapariguita, aqueles senhores nunca saíam sem os seus mochilas fardados e tinham liteiras com as armas reais pintadas. Faziam mesmo um respeito! O Sr. Rodrigo, pai deste morgado velho, era disto dos governos lá de Lisboa, e quando vinha ver as suas quintas, ó senhores, caía ai o poder do mundo de Braga e Guimarães a visitá-lo! E as fidalgas? isso então a gente, quando as via, corria logo a beijar-lhes a mão, e elas no dia de Páscoa mandavam às cachopas lenços para a cabeça e regueifas de pão podre. Aquela casa estava sempre cheia de frades de ordens ricas...

— Isso, isso.., eu logo vi que essas fidalgas haviam de estar cheias de frades de ordens ricas — dizia o José Dias de Vilalva. — Muito cheias de frades aquelas fidalgas, hem?