Página:A Brazileira de Prazins (1882).pdf/81

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desaforada. D. Honorata visitava-se unicamente com a D. Andresa da Silveira, da casa dos Pombais, irmã de um bacharel delegado em Amarante. Chorava muito com ela e pedia-lhe que perguntasse ao mano doutor se poderia separar-se por justiça, antes de se atirar a uma cisterna. D. Andresa pediu ao irmão que viesse ouvir as tristes alegações da sua desgraçada amiga.

Estava Honorata nos trinta e três anos, quando Silveira a encontrou nos Pombais. O delegado era um romântico. Emigrara em 28, sendo estudante, quando alguns membros da sociedade dos Divodignos padeceram o suplício da forca pelo homicídio dos lentes. Completara a formatura em 38 e fora despachado. Muito lido em Schiller e Arlincourt. Fazia solaus em que havia abencerragens e infantas cristãs apaixonadas que tocavam arrabis, banhadas de lua nos revelins dos castelos roqueiros. Também fazia prosa na Gazeta Literária do Porto — cenas dramáticas em que se jurava pela gorja e havia homens de prol que arrastavam mantos negros, cravavam lâminas de Toledo às portas de D. Fuas,