Página:A Brazileira de Prazins (1882).pdf/86

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perguntando-lhe se a separação judicial poderia dar meios de subsistência a Honorata. O bacharel, muito abstracto, parecia esquecido do código. O estado da sua alma não lhe consentia folhear a infame prosa com mão jurisperita.

Que havia de estudar a questão; mas que lhe parecia que ela, requerendo o divórcio, apenas tinha alimentos por não ter trazido nada ao casal. — Estas frases eram mastigadas com um tédio, um engulho, como se, depois de declamar uma Contemplação de Lamartine, tivesse de recitar dois parágrafos da lei da enfiteuse.

D. Andresa era senhora ajuizada, muito séria, educada no convento de Vairão; tinha missa em casa, e escrevia cartas a diversas freiras, pondo sempre no alto do papel: Jesus, Maria, José. Andava nos trinta e cinco anos, muito linfática e um grande horror aos vícios da carne. O mano Adolfo conhecia-lhe a índole. Não podia esperar dela aplauso, nem sequer condescendência, e muito menos auxílio à sua afeição a mulher casada. Andresa concordava com o irmão na formosura de Honorata; mas observava com