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Bouro, contou-lhe o que soubera em casa do capitão-mor. O tenente-coronel quis imediatamente partir para Lanhoso; mas não tinha roupa decente para se apresentar a el-rei. As fardas estavam traçadas, podres, com um bafio de rodilhas no fundo de uma arca; dos galões restava um tecido esbranquiçado com laivos verdoengos; o casco das dragonas esfarinhou-se-lhe nas mãos roído pelos ratos. Não tinha casaca. Desde a convenção de Évora Monte, mandava fazer a Guimarães uns ferragoulos de mescla à laia de capote de soldado para o Inverno; de Verão, para equilibrar o calor artificial interno com o da atmosfera, andava em ceroulas e fazia leque da fralda. Por decência, fechava-se nos seus aposentos. Mandou chamar um alfaiate a Braga, o Cambraia da Rua do Souto, para se vestir à militar e à paisana.

Entretanto o Zeferino, um pouco desanimado, contou-lhe que o seu padrinho de Barrimau e mais o frade não acreditavam que el-rei estivesse em Calvos; que era uma comedela do Dr. Cândido de Anelhe e dos padres para apanharem cinquenta