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disse nada ao padrinho nem ao pai, receando as expansões usuais da carraspana.

O Cerveira dizia ao padre Rocha, capelão de D. Andresa:

— Ideias não me faltam; mas esqueci aquilo que se chama... sim, aquilo com que se escreve, quero dizer...

— Ortografia?

— E como diz, :padre Rocha, ortografia.

Era o exórdio para lhe dar parte que o seu amigo e rei D. Miguel estava no concelho da Póvoa de Lanhoso; que lhe queria escrever; mas que não se metia nisso; e acrescentava: — ele, o rei, aqui há treze anos sabia tanta ortografia como eu; mas agora dizem as gazetas que ele estudou coisas e loisas e tal. Pedia, portanto, ao padre Rocha que lhe escrevesse a carta para ele a copiar de seu vagar. E, pondo-lhe a mão no ombro: — E ouviu, padre? Vá pensando no que quer; uma boa abadia, Santiago de Antas, hem? serve-lhe? ou antes quereria ser cónego? Enfim, pense lá... Nós cá estamos às ordens.