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a carne
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Lenita parou confusa, atônita, sem saber o que pensasse.

O homem que aí vinha não era o Barbosa da véspera, era uma transfiguração, era um gentleman em toda a extensão da palavra.

A testa alta, estreita, lisa, mostrava-se a descoberto, com uma zona muito alva à raiz do cabelo: esse, cortado, à meia cabeleira, recurvava-se a frente em uma elegante pastinha à Capoul, a que dava certo realce muitos fios cor de prata. O rosto era regularíssimo, estava muito bem barbeado. À palidez da véspera sucedera uma cor sadia de pele clara, mordida, bronzeada pelo sol. A boca, de tipo saxônio puro, encimada por um bigode cuidadosamente aparado e seu tanto ou quanto grisalho, abria-se em um sorriso bondoso e franco, mostrando dentes fortes, regulares, muito