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a carne

mais importância do que o exercício de uma outra função qualquer, do que satisfação de uma simples necessidade orgânica. Mas que era então o que sentia por Lenita? Amizade no rigor do termo, como de homem para homem, e até de mulher para mulher, não era: a amizade é impossível entre pessoas de sexo diferente, a não ser que tenham perdido todo o caráter de sexualidade. Amor ideal, romântico, platônico? Era de certo isso. Mas ridículo, santo Deus? que oceano de ridículo! Quebradeiras sentimentais na casa dos quarenta, quando a enduração do cérebro já não permite fantasias, quando a luta pela vida já tem morto as ilusões?

O caso era que não podia estar longe da moça, que só junto dela vivia, pensava, estudava, era homem. Estava preso, estava aniquilado.