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a carne
crer que sons tão puros saísse a garganta de um preto, sujo, desconforme, hediondo, repugnante.
A resposta coral, melopéia inarmônica, mas cadenciada em quebros de uma tristeza suavíssima, repercutia pelas matas no silêncio da noite, com uma grandiosidade melancólica e estranha.
A letra nada dizia; a toada, o canto era tudo.
E os atabaques retumbavam, rufavam os adufes, desesperadamente.
O dançarino, sempre a cantar, sempre naquela agitação, naquela coreomania estupenda, percorria a roda sem sustar-se para retomar alento, sem dar mostras de cansado. Em sua testa baça não brilhava uma baga de suor.
De repente, vendo um tição inflamado na mão de um companheiro, asiu-o, entrou a descrever com ele no ar fi-