Página:A Carne.djvu/214

Wikisource, a biblioteca livre
200
a carne

morre em uma ourela de espuma alva, móvel, murmurosa... Salve, oceano, alma pater, laboratório da vida terráquea, povoador do planeta!

Ah! Lenita! imagine: o oceano — a força, o ataque; a terra — a firmeza, a resistência; o ar — hematose, a vida; o sol — o calor, a luz, a fecundação, tudo em porfia de prodigalidades, a construir, a ornar um cenário vasto de struggle for life, de luta pela existência, no qual se debatem, se fogem, se perseguem, se matam, se devoram todos os seres da criação, o zoófito, o molusco, o entomazoário, o vertebrado!

Aqui, nestas alturas, sob a imensidade do céu, a dominar a imensidade das águas é que sente-se grande, é que sente-se orgulhoso o antropóide falante que arranca a esponja do abismo, que paralisa a força incalculável do cetá-