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a carne

A’ tarde, ao escurecer, depois da revista, o coronel mandou chamar Joaquim Cambinda.

O medonho negro veio arrastando os pés, escorando-se em um bordão, a rojar pelo solo a imunda coberta parda, de que sempre usava.

Chegou, entrou na ante-sala, largou o bordão a um canto.

O cadaver de Maria Bugra ahi estava, sobre a marqueza, no meio da quadra, inteiriçado, coberto por um lençol fino que lhe desenhava as formas duras, angulosas. Quatro velas de cera allumiavam-no lugubremente, casando os seus clarões aos últimos clarões do dia.

Por entre o cheiro acre de vinagre ferrado e o cheiro enjoativo da alfazema queimada, percebia-se um cheiro fetido, um fortum de carne podre, de decomposição cadaverica.