Página:A Carne.djvu/312

Wikisource, a biblioteca livre
298
a carne

Tirou do bolso um charuto, trincou-o nos dentes, mascou-o, encheu a bocca de tabaco dissolvido em saliva, tomou de novo o pé de Lenita, com respeito, com adoração quasi, chegou-lhe a bocca, entrou a sugar-lhe a ferida a sorvos vagarosos, contínuos, fortes.

Cuspiu, renovou o tabaco, repetiu a operação.

— É curioso, disse Lenita, eu nada sinto, nada absolutamente; é como se não tivesse sido picada.

— Mas tem certeza mesmo de que foi cobra, de que foi cascavel?

— Ora! Escute lá. Ouve?

No reparo continuava a chocalhada sinistra.

Barbosa tomou a espingarda, aperrou-a, aproximou-se do reparo, olhou pela porta, levou a arma à cara, fez fogo. Depois entrou e saiu logo com a co-