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a carne
E, contudo, era real, ella alli estava: ele sentia-lhe a carne quente, dura, palpava-lhe a pelle hispidada pelo desejo, escutava-lhe o estuar do sangue, e o pulsar do coração.
Um tropel de idéias desordenadas agitou-se-lhe, confundia-se-lhe no cerebro excitado; o raciocinio ausentou-se, venceu o desejo, triumphou a sugestão da Carne.
Sentou-se rapido à beira da cama sem largar a moça, puxou-a para si, cingiu-a ao peito, segurou-lhe a cabeça com a mão esquerda, e, nervoso, brutal, collou-lhe a bocca na bocca, achatou os seus bigodes asperos de encontro aos lábios macios della, bebeu-lhe a respiração. Lenita tomou-se de um sentimento inexplicavel de terror, quiz fugir, fez um exforço violento para desenlaçar-se, para soltar-se.