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a carne
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Era o medo do macho, esse terrivel medo fisiológico que, nos pródromos do primeiro coito, assalta a toda mulher, a toda femea.

Baldado intento!

Retinham-na os braços robustos de Barbosa: em suas faces, em seus olhos, em sua nuca os beijos delle multiplicavam-se: esses beijos ardentes, faminto queimavam-lhe a epiderme, punham-lhe lava candente no sangue, flagellavam-lhe os nervos, torturavam-lhe a carne.

Cada vez mais fóra de si, mais atrevido, elle desceu à garganta, chegou aos seios tumidos, duros, arfantes. Osculou-os, beijou-os, a principio respeitoso, amedrontado, como quem commette um sacrilegio; depois insolente, lascivo, bestial como um satyro. Crescendo em exaltação, chupou-os, mordiscou-lhes os bicos arreitados.