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São Paulo, 5 de outubro de 1887.

Ao Sr. Manuel Barbosa envio muito saudar.

Mestre.

Ao chegar à fazenda, surpreendeu-se de certo com a minha partida um tanto brusca.

Procurou-lhe explicação, não achou: nem eu. Lembro-lhe o que diz Spinoza: "A nossa ilusão do livre-arbítrio vem de ignorarmos nós os motivos que nos dirigem". No caso desta minha partida, eu poderia bem crer que tinha livre-arbítrio. Demais sou mulher, sou fantasque. Quem vai discutir, explicar caprichos de mulher? Vale infinitamente mais non ragionar di lor, guardar, passar.

Qual tem sido a minha vida desde que vim da fazenda? Nem eu me