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Página:A Carne.djvu/76

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os olhos. Um dia um preto que tinha a seu cargo guiar a carroça de bagaço para o bagaceiro, e que trazia ao pé esquerdo uma grande pêga de ferro, fallou-lhe :

—Sinhá, olhe como está esta perna ; está toda ferida. Ferro pesa muito, falle com sinhô para tirar.

E mostrava o tornozello ulcerado pela pêga, fetido, invôlto em trapos muito sujos.

—Mas, que fez você para estar soffrendo isto?

—Peccado, sinhá, fugi.

—Era maltratado, estava com medo de apanhar ?

—Nada, sinhá : negro é mesmo bicho ruim, ás vezes perde a cabeça.

—Si você me promette não fugir mais, eu vou pedir ao coronel que mande tirar o ferro.

—Promette, sinhá: negro promette,