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VIAGENS MARAVILHOSAS

ram logo do que se tratava. Mister Watkins, que ainda tinha bebido pouco da ração diaria de gin, estava em estado sufficientemente lucido.

— O senhor achou isto?... Foi o senhor mesmo que o achou? no seu claim? exclamou elle com vivacidade.

— Se eu achei isso? respondeu Cypriano triunfante, melhor! Fabriquei-o eu mesmo todo inteiro !... Ah ! senhor Watkins, a chimica no fim de contas sempre serve para alguma cousa !

E ria, e apertava nas mãos os delicados dedos de Alice, a qual, surprehendida com aquellas demonstrações apaixonadas, mas sentindo-se feliz com a felecidade do seu amigo, sorria com suavidade.

- E é a si, menina Alice, que eu devo esta descoberta ! continuou Cypriano. Quem me aconselhou que tornasse a entregar-me á chimica? Quem exigiu que eu procurasse achar a fabricação do diamante artificial, senhor Watkins? Foi a sua encantadora e adoravel filha!... Oh! posso prestar-lhe homenagem, como faziam os antigos cavalleiros á sua dama, e proclamar que a ella se deve todo o merecimento da invenção!... Porventura teria eu pensado em tal, se não fosse ella?

Mister Watkins e Annibal Pantalacci olhavam para o diamante, e depois olhavam um para o outro abanando a cabeça. Estavam litteralmente mergulhados no mais completo pasmo.

— Diz o senhor que fabricou isto... o senhor mesmo? replicou John Watkin. Então é uma pedra falsa?

— Uma pedra falsa!? exclamou Cypriano. Diga-lhe que sim! É uma pedra falsa?... Mas Jacobus Vandergart e Natham avaliam-n'a em cincoenta milhões o menos, e talvez cem ! Apesar de ser um diamante artificial, obtido por um processo que eu inventei, não deixa de ser perfeitamente authentico!... Bem vê que não lhe falta nada... Até tem a ganga!

Fa prate H 11. de