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ção em Ceylão, porque acabava de a executar com maravilhosa precisão e sangue frio.
O elephante jazia por terra, immovel e impotente com a cabeça mettida entre as espessas hervas. Corria-lhe do ferimento um regato de sangue, que o ía enfraquecendo a olhos vistos.
— Viva!... Bravo!... gritaram immediatamente Annibal Pantalacci e James Hilton comparecendo no theatro da lucta.
— É preciso dar cabo d'elle com uma bala n'um olho! acrescentou James Hilton, que parecia sentir irresistivel necessidade de se agitar e representar um papel activo no drama.
E dizendo isto metteu a espingarda á cara e disparou.
Ouviu-se logo no corpo do gigantesco quadrupede a explosão da bala. Teve uma derradeira convulsão, e depois ficou immovel, parecendo um rochedo escuro estendido no chão.
— Está prompto! exclamou James Hilton, chegando o cavallo proximo do animal para o ver melhor.
— Espere!... Espere!... parecia dizer o olhar esperto do china dirigindo-se a seu amo.
Não esperou muito para ver o epilogo horrivel mas inevitavel d'aquella scena.
Effectivamente James Hilton, depois de chegar junto do elephante, inclinou-se nos estribos, e por escarneo tentou levantar-lhe uma das enormes orelhas. Mas o animal, com um movimento subito, ergueu a tromba, deixou-a cair em cima do imprudente caçador, quebrou-lhe a columna vertebral e esmigalhou-lhe o craneo, antes que as testemunhas estupefactas d'aquelle terrivel desfecho tivessem tido tempo de o prevenir.
James Hilton apenas pôde dar um derradeiro grito. Tres segundos depois não era mais que um monte de carnes sangrentas, em cima do qual o elephante caiu para não mais se erguer.
— Bem me parecia a mim que elle estava a fingir-se morto !