nho, onde aquelles animaes só poderiam passar a dois de fundo, e portanto não tinha mais do que esperar.
Deixou primeiro desfilar tres ou quatro, depois descobrindo uma cuja altura era extraordinaria, atirou o primeiro lasso. A corda silvou e foi enrolar-se ao pescoço do animal, que deu ainda alguns passos; mas de repente a corda esticou, apertou a garganta da girafa, e esta ficou parada.
Ainda d'esta vez o china não tinha perdido tempo a ver o que succedia. Mal tinha visto o primeiro lasso attingir o alvo, e já pegava no segundo e o atirava a outra girafa. O golpe não foi menos feliz.
Tudo isto se tinha passado em menos de meio minuto. Já o rebanho espantado se tinha dispersado em todas as direcções; mas as duas girafas, meio estranguladas e offegantes, ficavam prisioneiras.
— Chegue-se cá, paesinho! gritou o china para Cypriano, que se dirigia para elle pouco confiado no bom resultado da manobra.
Viu-se, porém, obrigado a render-se á evidencia. Ali estavam dois soberbos animaes, grandes, fortes, bem fornidos de carnes, de finos jarretes e garupas lusidias. Mas por mais que Cypriano os olhasse e admirasse, não lhe parecia possivel servir-se d'elles para cavalgar.
— Pois como ha de a gente segurar-se n'um costado assim caído para o quarto trazeiro com uma inclinação de sessenta centimetros pelo menos? disse elle rindo.
— Monta-se nos hombros do animal em vez de se montar no lombo, respondeu Li. E demais será muito difficil pór uma manta enrolada atraz e por baixo da sella?
— Mas nós não temos sellas.
— Vou eu d'aqui a nada buscar a sua.
— E que redea se ha de arranjar para aquellas bôcas ?