mundo Barthés entrou logo no assumpto, servindo-se de lingua do paiz, que elle fallava soffrivelmente.
— Os meus bazutos trouxeram-te ha pouco um rapaz cafre que tinham aprisionado, disse elle ao rei. Ora acontece que esse rapaz é creado do meu companheiro, o grande sabio Cypriano Méré, que vem pedir á tua generosidade que lh'o restitua. E portanto eu, amigo d'elle e teu, atrevo-me a apoiar o seu justo requerimento.
Logo ás primeiras palavras Tonaia julgou conveniente assumir um physionomia diplomatica.
— Seja bem vindo o grande sabio branco! respondeu elle. Mas o que é que elle offerece em resgate do prisioneiro?
— Uma excellente espingarda, dez vezes dez cartuchos, e um saquinho de contas, respondeu Pharamundo Barthés.
Ouviu-se um murmurio de approvação na assembléa, altamente impressionada pelo esplendor da offerta. Só Tonaia, sempre diplomata, fingiu não ficar deslumbrado.
— Tonaia é um grande principe, retorquiu elle erguendo-se do real escabello, e os Deuses protegem-n'o! Haverá um mez enviaram-lhe Pharamundo Barthés com valentes guerreiros e espingardas para o ajudar a vencer os seus inimigos! Se Pharamundo Barthés assim o deseja, servo será entregue são e salvo ao seu amo!
— E onde está elle actualmente? perguntou o caçador.
— Na gruta sagrada, onde é guardado de noite e dia! respondeu Tonaia com aquella emphase propria de um dos mais poderosos soberanos da cafraria.
Pharamundo Barthés apressou-se a resumir estas respostas a Cypriano, e pediu ao rei o favor de ir com o seu companheiro buscar o preso á gruta mencionada.
A estas palavras ouviu-se um murmurio desapprovador em toda a assembléa. A pretensão d'estes europeus parecia exor-