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VIAGENS MARAVILHOSAS

— Tonaia, disse elle ao acabar, cumpriu pontualmente tudo aquillo a que se tinha compromettido. Dois dias depois da minha chegada à sua capital estava tudo prompto para o nosso regresso, as provisões de bôca, as juntas de bois e a escolta. Sob o commando do proprio rei vieram perto de trezentos pretos, carregados de farinhas e carnes fumadas, acompanhar-nos até ao acampamento, onde tinhamos abandonado o carrão cobrindo-o com silvas e matto; achámol-o em bom estado. Despedimo-nos então do nosso hospedeiro, depois de lhe ter dado cinco espingardas, em vez das quatro com que elle contava,—o que o torna o potentado mais temivel de toda a região comprehendida entre o curso do Limpopo e o do Zambeze!

— E a sua viagem de regresso a partir do acampamento? perguntou miss Watkins.

— A nossa viagem de regresso foi vagarosa, apesar de facil e sem accidentes, respondeu Cypriano. A escolta só nos deixou na fronteira do Transvaal, onde Pharamundo Barthés e os seus bazutos se despediram tambem de nós para se dirigirem a Durban. Finalmente, ao cabo de quarenta dias de viagem atravez do Veld, aqui estamos tão adiantados como no dia da partida!

— Mas em summa, porque foi que o Matakit fugiu d'aquella maneira? perguntou mister Watkins, que tinha ouvido esta narrativa com vivo interesse sem comtudo manifestar exagerada commoção a respeito dos tres homens que não mais voltariam.

— Matakit fugia porque tinha a doença do medo! respondeu o joven engenheiro.

— Então não ha justiça no Griqualand ? retorquiu o fazendeiro encolhendo os hombros.

— Ora! a justiça de cá é muitas vezes summaria, senhor Watkins, e na verdade não serei eu que censure o pobre dia-