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VIAGENS MARAVILHOSAS

tentar o fogo de dia e de noite, tarefa que elle desempenhava com tanto zêlo como o seu predecessor.

N'esse meio tempo, e prevendo que depois d'aquelle prolongamento da sua demora na Griqualand, seria talvez obrigado a regressar á Europa, Cypriano quiz realisar um trabalho mencionado no seu programma e que ainda não tinha podido fazer: era determinar a orientação exacta de uma certa depressão de terreno, situada ao nordeste da peninsula, — depressão que elle suspeitava ter servido de garganta de escoante das aguas, na epocha longiqua em que se tinham elaborado as formações adamantinas do districto.

Cinco ou seis dias, portanto, depois da sua volta ao Transvaal occupava-se elle d'aquella determinação com a precisão que costumava applicar a todas as cousas. Ora havia já uma hora que elle punha estacas e determinava direcções por meio dos pontos marcados n'uma planta muito minuciosa que tinha alcançado em Kimberley, e, cousa singular, achava sempre nos calculos uma grande causa de erro ou pelo menos de desaccordo com aquella planta. Por fim não lhe foi possivel recusar-se por mais tempo à evidencia; a planta estava mal orientada; as suas longitudes e latitudes estavam erradas.

Cypriano acabava de servir-se, ao meio dia exacto, de um excellente chronometro, regulado pelo observatorio de Paris, para determinar a longitude do logar. Ora, tendo toda a certeza da infallibilidade da bussola e da agulha de declinação, de que usava, não podia hesitar em reconhecer que a carta, com a qual elle comparava as suas marcações, estava completamente errada por causa de um importante engano na orientação.

Effectivamente o norte d'essa carta, indicado, segundo o uso britannico, por uma flecha em aspa, achava-se ao nor-noroeste verdadeiro ou proximo d'elle. Por conseguinte todas