Página:A Estrella do Sul.pdf/283

Wikisource, a biblioteca livre
A ESTRELLA DO SUL

277


por esta segunda tentativa, da qual devemos concordar que era um tanto a inspiradora. De modo que muitas vezes acompanhava o joven engenheiro nas suas amiudadas visitas de cada dia ao fórno, onde, pelas aberturas que havia nas paredes de tijolo, gostava de observar a intensidade do fogo que surgia no interior.

John Watkins não se interessava menos do que a filha n'aquella obra, mas por motivos differentes. Tinha pressa em possuir de novo um diamante, cujo preço fosse de milhões. Todo o seu receio agora era que esta segunda experiencia não desse bom resultado, que a primeira não tivesse sido na maxima parte filha do acaso.

Mas, se o fazendeiro e miss Watkins animavam o engenheiro na continuação das suas experiencias, no aperfeiçoamento da fabricação do diamante, não se dava o mesmo com os mineiros do Griqualand. Annibal Pantalacci, James Hilton e herr Friedel, já não estavam no acampamento, mas tinham deixado companheiros que sobre aquelle assumpto pensavam exactamente como elles. Assim o judeu Nathan não deixava de continuar com surdas intrigas a excitar os proprietarios dos clains contra o joven engenheiro. Se aquella fabricação artificial dos diamantes entrasse definitivamente no dominio da pratica lá se ía o commercio dos diamantes naturaes e das outras pedras preciosas. Já se tinha conseguido fabricar saphiras brancas ou corindons, amethystas, topazios e até esmeraldas, não sendo todas estas gemmas outra cousa mais do que crystaes de alumina com diversas cores dadas pelos acidos metallicos. Já isso punha muito em risco o valor venal d'essas pedras, que tendia a diminuir. Ora se o diamante viesse a tornar-se tambem de facil fabricação, era a ruina certa dos exploradores diamantiferos do Cabo e dos outros logares de producção.

Todas estas considerações tinham sido feitas quando foi da