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A ESTRELLA DO SUL

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Finalmente tirou a mão da cavidade e levantou ao ar o objecto que tinha agarrado.

Um grito saiu da bôca de John Watkins!

— A Estrella do Sul!

Sim... O famoso diamante estava ali, finalmente encontrado, intacto, sem nada ter perdido do seu brilho, scintillando como uma constellação á plena luz que entrava pela janella!

Mas, — cousa singular e que logo impressionou todas as testemunhas da scena, — tinha mudado de côr.

De negra, que era n'outro tempo, a Estrella do Sul tinha-se tornado rosea, de uma côr de rosa encantadora, que mais augmentava, se é possivel, a sua limpidez e esplendor.

— Parece-lhe que isto lhe diminuta o valor? perguntou muito depressa mister Watkins, logo que conseguiu poder fallar, porque a surpreza e a alegria lhe tinham primeiro suspendido a respiração.

— De modo algum! respondeu Cypriano. Pelo contrario, é mais uma curiosidade, que faz classificar esta pedra na familia tão rara dos «diamantes camaleões !»... Decididamente não faz frio no papo do Dadá, pois que ordinariamente é a uma subita variação da temperatura que são devidas estas variações dos diamantes corados, que bastantes vezes têem sido communicadas ás sociedades sabias!

— Ah!... graças ao céu que fostes encontrada, minha lindinha! repetia mister Watkins apertando o diamante na mão como para se convencer de que não estava sonhando. Causas-te-me muitos cuidados com a tua fuga, ingrata estrella, mas não hei de tornar a deixar-te escapar!

E levantava-a diante dos olhos, acarinhava-a com a vista, parecia querer engulil-a, como o Dadá tinha feito.

Entretanto Cypriano tinha pedido a Bardik uma agulha com um fio grosso e cosêra com todo o cuidado o papo do abes-