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A Guerra de Canudos

Todos os dias tiroteiavam, de sorte que havia pelotões encarregados desse serviço e que eram reforçados nas occasiões de maior intensidade. A artilharia collocada nas pozições anteriores, tinha seus pontos predilectos para bombardeiar, os mesmos d'onde os jagunços nos caçavam. Eram a igreja do Bom-Jesus, mormente as torres, o fundo da de Santo António, a latada fortificada o santuario e casa das imagens e suas immediações, na retaguarda e flancos da grande igreja e a compata agglomeração de casas á direita da praça, avultando as de A. Villa-Nova e João Abbade, cobertas de telha e com paredes reforçadas com caixões cheios de terra e cascalho com areia, formando setteiras resguardadas e d'onde partiam tiros mortiferos.

As forças constituindo a linha-negra, estavam entrincheiradas em casas e fossos. D'ali combatiam e ali comiam e dormiam. Era muitissimo perigoso o atravessar d'uma casa a outra, mesmo a distancia de poucos palmos. No pequeno intervallo em que isso era feito, os jagunços tinham o tempo sufficiente de matar ou ferir alguem, tal a sua vivacidade e vigilancia! Tinham a pontaria preparada; os que estavam armados com bacamartes, mantinham-n'os de gatilho levantado e apoiados em forquilhas nas setteiras. Por isso, só