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A Guerra de Canudos

mais para cargueiros era difficilima, e os que appareciam, em pouco tempo definhavam a mingua de pasto. O gado vinha de longe e muito custava ao fornecedor reunir 100 ou 200 cabeças. Uma vez reunidos 30, 50 cargueiros partiam escoltados por forças da policia e praças montadas do esquadrão, que na Villa ficou constituindo pequeno e bisonho corpo de transporte sob o commando do alferes V. Pacheco que não voltou mais a Canudos.

A viagem desses pequenos comboios não era isenta de grandes tropeços. As aguadas já muito servidas e revolvidas e em longas distancias, pouco davam de beber aos muares e ao gado, morrendo muitos e ficando as cargas, ou perdidas, ou escondidas pelos conductores em sitios, cuja direcção depois perdiam. Os pobres animaes, devido á magreza e luctando com as irregularidade da estrada, suffocados pelo calor, caminhavam lentamente e a custo. Sendo a agua em lugares determinados, os comboios andavam 5, 7 leguas sem parar, até chegarem ao pouzo, sempre ao escurecer e durante a noite sempre fugiam alguns d'elles. Por esse motivo, quando em Canudos chegava o transporte, era desfalcado no gado e nos géneros. No dia seguinte voltavam para Monte Santo, onde era preparada nova remessa para seguir em occasião opportuna.