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A Guerra de Canudos

construiram um para-peito, pouco protector. N'aquellas immediações só se podia passar um tanto apressado.

O 5° de policia e o 26°, cujos acampamentos estavam situados no proprio rio, formando martello com a linha negra, constituindo das barrancas trincheiras para os atiradores, tambem muito soffriam do certeiro fogo d'aquelle temivel grupo de fanaticos, reforçados com mais alguns das torres, donde tudo descortinavam e vigilavam.

Um sargento do 5° de policia, preconcebendo um plano para dar um termo áquillo, convidou alguns camaradas seus para atacarem de surpresa os taes atiradores da "Fazenda Velha", fazendo-lhes pagar com uzura os males que diariamente produziam.

Não tendo conseguido convencer os companheiros para a temeraria empresa, resolveu o sargento pratical-a a sós e de nada valeram-lhe os avisos e conselhos dos camaradas. Tinha decidido ir, partiria.

N'uma bella tarde, quando chegava um comboio e os jagunços, como sempre, fuzilavam-n'o, elle partiu. Como armamento, dispunha apenas dum afiado facão de sertanejo e mais a coragem heroica. Seguiu com infinito cuidado, de cócoras pela catinga, rastejando nos pontos onde o cascalho impede crescer