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A Guerra de Canudos

Nos acampamentos das forças, além de 250 prisioneiros, entre homens, mulheres e meninos, sustentavam-se com as rações destribuidas pela repartição do Quartel-Mestre-General. Aquelles inflexiveis sertanejos, nem a menor duvida manifestavam sobre a sorte de Canudos com seus defensores. Tinham plena fé na victoria de Antonio Conselheiro, e, arrogantes e altivos, lançavam-nos em rosto o nosso inqualificavel procedimento, vindos de tão longe, devastar seu Bello Monte roubar suas panellas, seus potes; comer suas cabras e estragar as plantações, e sacrilégio! Damnificar os igrejas, donde o Bom Jesus tantas felicidades prometia-lhes, inclusive a ida ao Céo!...

E ameaçavam-nos com horriveis castigos e exemplar vingança.

“Nós, diziam, nada queremos dos senhores, a não ser que se retirem a tempo, antes que o seu Conselheiro os cégue a todos e os expulse para bem longe, o que não fez ainda com pena...

Não temos fôme e no dia em que o Conselheiro quizer, converterá em fubá as barrancas do rio e as aguas em leite. Vão embora, emquanto é cedo; e até podem levar suas armas, e objectos". E nos promettiam o esquecimento de todos os nossos crimes, se nos apresentassemos ao Bom-Jesus, e lhe pedissemos perdão!