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A Guerra de Canudos
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Em poucos dias a fôme entre elles declarar-se-hia, a não ser que o auxilio esperado da parte do Villa-Nóva chegasse e fizesse mudar a face dos acontecimentos. Todavia, era de esperar que ainda pudessem manter-se durante uns 30 dias, embóra se tornasse necessario o sacrifício da população não combatente, entre os horrores da fome. O que existia, ainda que pouco, bastava para a manutenção dos 1.500 guerreiros que mantinham-se promptos á morte, na defeza de Antonio Conselheiro.



Ao tempo em que a sorte mostravase tão adversa aos infelizes sertanejos, encerrados n'um sitio inexorável, sem mais uma probalidade de angariarem novos recursos, com todo pessoal, armas e munições á mercê dos sitiantes ; entre estes a situação, d'antes tão precária e difficil, transformárase n'uma série de condições extremamente favoráveis. Aos calamitozos e longos mezes de penúria, succederam tempos de abundância e de prosperidade. Com a ida do Ministro da Guerra, o Marechal Bittencourt, para Monte Santo e com o qual fora conferenciar o Coronel Campello, foi regularisado o serviço de fornecimento da munição de guerra e de bocca. Duas e trez vezes, diariamente, os comboios chegavam, depozitando suas cargas no grande deposito da