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A Guerra de Canudos
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midavam e atiravam, brigavam sempre, des prezando a morte.

O infatigavel coronel Sampaio, commandante das operações do sitio, a que fiscalisava sem cessar, providenciava sobre os accidentes do combate e, com o raro golpe de vista que o salienta, descobria os baluartes mais fórtes do inimigo e para elles fazia convergir os fuzis dos atiradores.

Durante toda a noite a situação era invariavelmente a mesma. Entre os fanaticos havia a inabalavel resolução de resistirem ao ultimo limite e todos d'entre elles que podiam empunhar uma arma, combatiam. Até os meninos auxiliavam-n'os: esses e as mulheres iam de rastro até os cadaveres dos soldados, afim de cevarem sua ferocidade. Uma d'aquellas repugnantes megéras levou o odio ao extremo de castrar 6 cadaveres de soldados, apóz o assalto !

E, ao amanhecer do dia 2, tudo isso continuava. O incendio, sempre mantido, inextinguivel. Bastos rôlos de fumaça impellida pela aragem, suffocavam os soldados nas trincheiras.

A'quella hora o asceterio d'onde António Conselheiro durante tantos mezes mantivera contra os seus perseguidores a maior resistencia de que entre brasileiros ha memoria, estava queimado e destruido . Ali viam-se escombros,