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A Guerra de Canudos
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Ainda desertores, homisiados em outros pontos, para lá seguiram. Emfim, dentro em pouco, Bello-Monte tomava o extranho aspecto d'uma colossal cidade, cujas habitações pareciam surgir do sólo, da noite para o dia.

Trabalhavam febrilmente; grandes turmas seguiam para longe e iam buscar madeiras e telhas, de que desapropriavam as fazendas; tijolos, ali mesmo fabricavam. Foram construidas para cima de duas mil casas de páo a pique, cobertas de telhas. A grande igreja-fortaleza, com torres de granito e paredes de 80cm de espessura, occupando larga área, rapidamente elevava-se, sob o trabalho paciente de operarios ás centenas, alguns bem habeis.

Até estrangeiros, si bem que raros, lá existiam, muito auxiliando ao asceta com seus conselhos e indicações, dirigindo as obras, alinhando as ruas do Bairro-Nobre. Nesse tempo, quem da Favella olhasse Canudos, veria a edificação encaminharse para o Norte e Oeste, espraiandose pelas devezas, galgando morros, obstruindo valles. Aleijados, doentes, cégos e macrobios, tambem para lá convergiam. Em pouco tempo, seis mil e quinhentas habitações viam-se e trinta mil seres nellas se agitavam promiscuamente.