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banda de marinheiros no Toureiro da Carmen não permitiam segredos.

Em toda a linha do cais os guarda-sóis de cores diferentes, lembravam uma vegetação movediça de cogumelos fantásticos, desde os pequeninos, das crianças que assistiam à festa sentadas no paredão, com o olhar estúpido para o quadro policromo, até os grandes, protetores de velhos prudentes e amigos da sombra.

Corria uma aragem forte. Agitavam-se no ar os galhardetes vistosos e as bambinelas do pavilhão central, como a acenar a toda a gente que fosse para ali, gozar aquele quadro de luz!

O deputado impacientava-se. Adolfo parecia grudado ao bufê, comendo sanduíches e bebericando cerveja, no meio de um grupo de remadores muito adulados pela admiração dos outros. Trocavam-se brindes apressados; e na alegria, até um velhote pálido e encartolado trauteava a Carmen, acompanhando as sonoridades da banda.

O intervalo acabava-se. Ouviu-se o estampido do sinal de partida.

Voltaram-se para o mar.

– Lá vem ela! – exclamou Teles à meia voz, sobressaltado.

– Um ibisco! – observou Adolfo, olhando para uma lancha que se aproximava do cais.

O ibisco era a madame Senra, toda de escarlate, com os bandós dourados rebrilhando sob as papoulas do chapéu. Ela