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Passados apenas alguns minutos o armênio apareceu.
Era um homem alto, magro e com os ossos muito salientes: trazia os cabelos crescidos, o rosto contraído, a face macilenta enegrecida pela fumaça; suas mãos enormes estavam empoeiradas, e seus dedos coroados por grandes unhas pareciam garras; vestia calças
e blusa de pano vermelho.
— Que pretendem de mim? perguntou ele em português.
Não me animei a falar; o bom velho, meu amigo, também não ousou fazê-lo: foi o
Reis quem falou por mim, expondo a minha infelicidade, e a desesperada esperança que eu concebera.
O armênio se aproximou de mim, considerou-me durante alguns instantes, examinou-me os olhos, apalpou-me os ossos do crânio, e mostrando-se compadecido, disse:
— Não te quero mal, e o dia é mau; hoje é sábado, e os gênios sinistros predominam: escolhe outro dia, e eu te darei a vista.