derramando tanta luz como se mil bicos de gás iluminassem a pequena sala.
A operação mágica adiantava-se, o armênio começou a exaltar-se e bradou com força: Cashiel! Schaltiel! Aphiel! Zarabiel!...
E a flama da lâmpada redobrou de intensidade, como se obedecesse à voz do mágico.
O gabinete parecia já arder em ondas de luz tão deslumbrante e vivíssima que se diria
o fulgor dos relâmpagos demorado, continuado, sem intermitência. De repente uma faisca se desprendeu da flama da lâmpada e foi, como pequena seta de fogo vivo, cravar-se e estremecer no fundo da concavidade do vidro que estava sobre o anel de ouro; uma tênue bolha de vidro fervente agitou-se em torno da faisca que sem apagar-se tomou a forma microscópica de uma salamandra, o gênio elementar do fogo que banhava-se no fogo, brincava no fogo, aspirava e respirava fogo.
Mas o armênio tocou com a ponta da espada na faisca que fazia ferver a bolha de vidro