— Esta é boa! Parece que virei baleia!...
Em seguida o peixinho, com o feixe de barbatanas debaixo do braço, desceu e principiou a examinar attentamente os labios e as faces da menina. Deante do nariz parou e, apontando-lhe para as ventas, disse:
— Ora aqui está uma tóca muito geitosa para um casal de besouros. Dois commodos, um para o marido, outro para a senhora besoura. Optimo !...

— Geitosa ella é, disse o besouro, mas bom será que não more aqui algum maldicto escorpião!...
— Não creio, retrucou o peixinho. Os escorpiões mudaram-se para o outro lado do rio, onde ha muitos cupins velhos.
— Apesar disso, acrescentou o besouro, corre na bocca do povo que um delles anda por cá, assolando estas paragens. E bem pode ser que esteja escondido justamente nesta caverna.
— Não creio, disse o peixinho. Tenho uma boa policia que me informa dos menores passos desses monstros.
— Em todo o caso vejamos, disse prudentemente o besouro, sacudindo dentro da "tocca" o seu bengalão :
— Hu! Hu! Sae fóra, tinhoso!
Mas aconteceu que a bengala fez cocegas nas ventas da menina e ella, por mais que se expremesse, não poude conter um grande espirro: "Atchin!"