Página:A Menina do Narizinho Arrebitado (1920).pdf/46

Wikisource, a biblioteca livre

42
 
A MENINA DO


— Muito bem! exclamou elle. O tyranno já está seguro! Vou lá agora e com as minhas proprias unhas arranco-lhe os figados. E esfregando as mãos foi correndo para o palacio. Viu a janella do quarto do principe aberta e subiu pela escada que os outros haviam deixado. Chegando ao ultimo degráo pulou para dentro do quarto. Mas antes de alcançar o chão sentiu uma dôr no peito. Ai! ai! gritou. Era o principe que o tinha varado no ar com a sua terrivel espada.

— Miseravel! Toma, para justo castigo da tua deslealdade! disse o principe cortando-lhe a cabeça com um novo golpe de espada. O corpo do capitão pererecou no tapete uns instantes, ao lado da cabeça, em cujo olhos estava gravado o espanto pelo imprevisto desenlace da conspiração.

O principe, embainhando a espada, chamou alguns soldados fieis para que levassem dalli a gaiola com os tres trahidores.

— Ponham dentro, junto com estes trahidores, o Escorpião, amarrem em cima da gaiola uma grande pedra e lancem-na ao lago.

Os guardas assim fizeram e o monstro, em vez de casar com Narizinho e subir a um throno, foi morrer afogado no fundo da lagôa...

— Bem feito! disse a menina quando soube do castigo. Assim morra toda a raça dos trahidores! E foi correndo dar parabens ao principe victorioso, que a abraçou e a beijou na testa, commovido.