enganar, e retirando-se, trancou a porta ao pobre estudante.
Uma noite de amargor foi, então, a que se passou para este; na solidão e silêncio das trevas, a alma do homem que padece é, mais que nunca, toda de sua dor; concentra-se, mergulha-se inteira em seu sofrimento, não concebe; não pensa, não vela e não se exalta senão por ela. Isto aconteceu a Augusto, de modo que, ao abrir-se na manhã seguinte a porta do quarto, o pai veio encontrá-lo ainda acordado, com os olhos em fogo e o rosto mais enrubescido que de ordinário.
Augusto quis dar dois passos e foi preciso que os braços paternais o sustivessem para livrá-lo de cair.
— Que fizeste, louco? perguntou o pai, cuidadoso.
— Nada, meu pai; passei uma noite em claro, mas... eu não sofro nada.
Oh! ele queria dizer que sofria muito!
Imediatamente foi-se chamar um médico que, contra o costume da classe, fez-se esperar pouco.
Augusto sujeitou-se com brandura ao exame necessário e quando o médico lhe perguntou: