Página:A Morte da Águia (1910).pdf/77

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Ai! que horrivel deserto onde ela passa,
Onde só paira agora o fumo denso
Da Morte, da Miséria e da Desgraça...!

É que onde toca o seu bailado imenso,
Tudo ela arranca e de seguida arrasta,
Em seu aéreo turbilhão, suspenso...;

Nem mil cidades que o tufão devasta,
Nem Mar e Terra, súbito varrida...
Incéndios, Morte, horrôr... nada lhe basta;

Acossa, estuga a lívida corrida,
Té que a rocha tenaz se faz em pó,
E o pó corcel de fogo a toda a brida.

E a cada volta da terrível mó,
A cada rego do medonho arado,
A cada novo espanto e novo dó;