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«Cósmico e primitivo Turbilhão,
Sou quem fecunda o Cáos, dando orijem
A toda a Creação.»

«Mundos, fórmas e vidas se diríjem
A meu seio, palpando a escuridade,
Cegos pela vertijem.»

«E Nebulosa, Génio ou Tempestade,
Minha espiral fecundadôra ondeia
E enrosca a Imensidade;»

«Vôa, delira, zune, arde e volteia
E átomos, mundos, almas, leis supremas
Meu atrito incendeia,»

«Para depois nas contorsões extremas
Lançar ao seio livre do Universo
Os Astros e os Poemas.»