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Página:A Nova Aurora.pdf/42

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dez anos, toda finura nas suas feições, linda com os seus lindos olhos, bela com os seus cabelos belos.

Educava-se a menina no Colejio de Nazareth, onde internada, e era a primeira vez que aparecia á meza paterna, sentada ao lado dos amigos do projenitor. Estava ali a meiga Cornelia enververgando o vestido de colejial, talhado em cambraia branca, simples, com lijeiros bordados, liberto da rendaria e dos folhos atufadores. Como adorno, pendia-lhe do colo um cordão de oiro com crucifixo, artistico e fino produto da ourivezaria portugueza, e figa de azeviche artisticamente encastoada.

O pai, devéras envaidecido com essa interessante menina, na qual se adivinhava, em futuro não mui remoto, uma mulher de formozura estonteadora, não cabia em si de contentamento, em divinal adimiração pela filhinha idolatrada. Fitava-a embevecido, acompanhando-lhe todos os gestos, a beber babozo todas as suas palavras, nas historiêtas que ella já improvizava pinturescamente e nas anedotas que recontava, com chiste no falar e gentileza no travêsso rizo.

O Pedreira não se cansava de proclamar-se feliz. Para o lar, tinha elle, no futuro, aquella criança, que a todos impressionava agradavelmen-