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Página:A Nova Aurora.pdf/63

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mento de clemencia e cordura, aconselhava aos exaltados a paz, a volta ao lar, para junto dos entes queridos; e, em muito insinuante lucidez, apelava já para os fatos consumados.

Em vão, porém, o conselheiro falou como amigo politico e como prezidente que ainda o era da Provincia. A nenhum dos títulos se lhe mostravam submisos. Redobravam as aclamações aos da familia imperial, e proseguiram indomaveis os ovacionantes na sua marcha, para o triunfo ou para o inconoscivel.

Foi com o pavilhão desdobrado aos ventos que a avalanche de manifestantes tornou ao largo do Carmo, onde se manteve, enquanto mais um discurso incendiario se pronunciasse.

E ainda o degrau do Pelourinho dava guarida a um orador. Este, porém, pezava promissoramente, deslumbrava maiormente, envolvia mais em entuziasmo. Era o doutor João Eduardo, antigo deputado geral, advogado e professor, figura estreitamente familiarizada com a multidão, afeita aos comicios populares, com a palavra facil, correntia, empolgante e sempre vitorioza. O ex-reprezentante dum dos distritos cleitorais da Provincia, no parlamento, não militava no partido que a revolução dezapeiava; ao contrario, fôra por elle derrotado nas eleições de