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DO INSTITUTO DO CEARÁ
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nos antigos có-religionarios, a nobre altivez dos chefes, começando de dissolver a Camara dos Deputados [1].

Nessas occasiões não faltam pretextos para a deserção, de sorte que o grito de rebeldia no olympo agradavelmente repercutio até a fralda da montanha.

Ainda não era conheci da pelo nome a celebre maxima de Bismarck, que Silveira Martins perfilhou — o poder e poder; mas os seos effeitos fascinadores já erão assàs presentidos desde então.

Alguns caranguejos. aliás dos melhores serviços e precedentes, pretextando exclusivismo do chefe, Dr. Miguel Fernandes, na direcção da política, adheriram á situacão, alliando-se aos chimangos no illusorio e absurdo intuito de crêarem um partido equilibrista ou do meio, mantenedor do equilibrio entre os existentes.

Contavam com o apoio do governo e do seo delegado na Provincia, Coronel Ignacio Corrêa de Vasconcellos,[2] já assás conhecido desde a sua: primeira administração, e tinham conseguintemente por certo o triumpho nas proximas eleições para Deputados Geraes.

Triumpharam com effeito[3]; mas sua victoria, tão desastrada como a de Pyrrho, converteo-se logo em pungentes remorsos para elles. pelo anathema cruel que lhes inflingio a opinião, sobretudo seos insuspeitos alliádos.

Estes conheceram um tanto tarde o presente grego


  1. Dissolveo-a por Dec. de 24 de Maio de 1844, convocando outra para o 1.º de Janeiro do anno seguinte.
  2. Nomeado por Carta Imperial de de Novembro de 1844, tomou posse a 4 de Dezembro seguinte.
  3. Foram eleitos deputados geraes para a 6ª legislatura de 1845-1847 quatro liberaes e quatro equilibristas: Frederico Augusto Pamplona, Dr. Joaquim José da Cruz Secco, P.e Carlos Augusto Peixoto de Alencar, Dr. Manoel Soares da Silva Bezerra, Vicente Ferreira de Castro e Silva, Dr. João Fernandes Barros e P.e José da Costa Barros. Tendo falecido este antes de tomar assento, foi substituido pelo Dr. Thomaz Pompêo de Souza Brazil.