Página:A Viuva Simões.djvu/61

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- Que prima?

- Para a D. Catarina!

- Ah! Aquela a quem você me apresentou no hotel da Boa Vista?!

- Essa mesma! Está seca e com umas olheiras que lhe comem a cara! Horrível!

- A Helena vinga-se...

- Isso é verdade!... lá estava o Seixas no mesmo camarote....

- Assim mesmo têm sido fiéis...

Riam-se. Comentavam tudo. O focinhozinho inteligente de Georgina farejava todo o teatro, descortinava sorrisos que partiam de uns para outros, leves e sutis como o voar de arminhos soltos. A ingenuidade dos quinze anos era uma história nessa criatura freqüentadora da sociedade em que todos os vícios se expõem tanto à luz. Curiosidade e perspicácia, sim, tinha de sobra, e quando comentava erros alheios punia sempre os delinqüentes, afirmando:

- Quando eu me casar não hei de incorrer na mais pequena falta!

Partiam quase sempre dessa frase no batel de ouro do futuro, a fazer e desfazer sonhos, até que se separavam com dois beijos.

Antes disso ainda num lamento por não ter visto o mesmo que Georgina, Sara suspirava:

- Se papai fosse vivo!

Era o ponto final.

Ernestina, que fora sempre inflexível às solicitações