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a campanha de canudos

E para rebater a supposição infundada, um d’esses jornaes[1]escreveu:

« Os sacrifícios do devotamento e da abnegação provada, a fraqueza de crenças, a tradicional orientação democrática, que consagraram-na sua heroina lendaria, de seios titanicos, é que revestem-na desta gravidade e compostura serena, com que affronta todas as difficuldades, senhora de si, intemerata, forte, e prudente, energica, mas exemplar no criterio, e admiravel na superioridade de vistas com que procede sempre.

« Injustiça clamorosa, portanto, é que se erijam em opinião corrente essas supposições que vêm echoar neste meio como uma offensa à pureza de nossas crenças, uma suspeição á leal­dade dos nossos esforços, uma injuria à grande maioria de cidadãos que constituem a população activa, decidida, do povo bahiano que, calmo, laborioso e precavido, mantem-se vigilante pela estabilidade do regimen.»

Tambem não foi de bom effeito o facto de terem os batalhões 14 e 27 conservado as bandeiras em funeral, na marcha que fi­zeram pela cidade em direcção aos quarteis. Muito embora se dissesse — que era um signal de luto pelo insuccesso do ataque, tentado pelo coronel Moreira Cesar, a explicação, comtudo, não satisfazia ; pois não constava — que o alvitre fosse seguido por todo o exercito, mas apenas tomado pelos dous corpos, que che­gavam á Bahia,— ao que constava — com o cerebro cheio de idéas injustas, e o coração repleto de prevenções immerecidas.

A quarta expedição, todavia, achava-se em Queimadas.

O Governo da Bahia, para auxilial-a, tratava de crear mais alguns batalhões de policia, e a 10 de maio um delles estava jà naquella villa, convenientemente acampado.

A força de linha, antes disto, fôra dividida em duas columnas. A primeira dellas, commandada pelo general João da Silva Bar­bosa, teve ordem de operar por Monte-Sancto, e constava de tres brigadas, a saber: a primeira, sob o commando do coronel Joa­quim Manoel de Medeiros, comprehendia os batalhões 7, 14 e 30

  1. Correio de Noticias, de 15 de março de 1897.